sexta-feira, 16 de abril de 2021

O que é matéria?

Para responder a essa questão, uma das primeiras ideias que nos vêm à mente provavelmente seja aquela relacionada aos conteúdos vistos na escola, em Português, Matemática, Ciências e História, por exemplo. 

Só que, para a ciência, o termo matéria não tem relação direta com os componentes do currículo, mas refere-se a tudo que tem existência física ou real. Em outras palavras, é possível definir matéria como tudo o que podemos ver (a olho nu ou com ajuda de aparelhos, como microscópios), tocar ou sentir. 

 O tipo ou a espécie de matéria que forma um corpo ou um objeto é chamado material. 

Uma porção limitada e definida de matéria é definido como corpo.  Quando o ser humano, a partir de um corpo, fabrica algo com alguma finalidade, ele produziu um objeto. 



quinta-feira, 15 de abril de 2021

Introdução à Termoquímica

As  reações químicas têm como um de seus aspectos mais importantes a variação energética que as acompanha.

A energia dos alimentos e a da queima dos combustíveis fósseis, que são utilizados diretamente pelo homem, por exemplo, são fontes secundárias de energia, pois a fonte primária de energia do nosso planeta é o Sol. A energia transferida pelo Sol é acumulada, principalmente, nos vegetais pelo processo fotossintético, em que há a transformação de energia luminosa em energia química (associada a ligações químicas das substâncias).

Quando uma reação química ocorre, há quebra e formação de ligações e, consequentemente, liberação ou absorção dessa energia sob a forma de energia térmica. 

A Termoquímica é a parte da Termodinâmica que estuda especificamente as quantidades de energia térmica transformadas ou trocadas entre o sistema e o meio durante uma reação química.

Antes de começarmos a estudar os efeitos energéticos que acompanham as reações químicas, são necessários algunsconceitos básicos que vêm a seguir.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Universo, sistema e vizinhança

Tudo aquilo que é objeto de estudo ou de observação será denominado sistema. Os arredores de um sistema são denominados meio ou vizinhança. Existe um limite físico que separa o sistema da vizinhança, a fronteira.

O conjunto formado por sistema, vizinhança e fronteira é denominado universo. Veja o esquema a seguir:


Tipos de sistemas

Os sistemas podem ser classificados em três tipos: aberto, fechado ou isolado.

Um sistema aberto é aquele que não apresenta fronteiras e pode trocar massa e energia com a vizinhança.

Exemplo: Um copo, sem tampa, com água vaporizando.

Um sistema fechado é aquele que apresenta fronteiras e não pode trocar massa, mas pode trocar energia com a vizinhança.
Exemplos: Um copo, com tampa, com água vaporizando; uma bolsa térmica.

Quando um sistema é isolado, as suas fronteiras não permitem a troca de massa e de energia entre sistema e vizinhança.

Exemplo: Café no interior da cafeteira térmica.

Temperatura

A temperatura é a medida da energia cinética média ou do grau de agitação das partículas formadoras de um sistema. 

Quanto maior a temperatura, maiores são a energia cinética média e o grau de agitação das partículas de um sistema.

Calor

A energia térmica trocada entre dois sistemas é denominada calor ou energia calorífica. O calor só é

verificado na transmissão de energia entre dois corpos com diferentes temperaturas, sempre do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. Dessa forma, podemos redefinir calor classificando-o como energia térmica em trânsito. Veja o exemplo:

Daí, surge o Princípio Zero da Termodinâmica

Dois corpos em contato atingirão o equilíbrio térmico quando possuírem a mesma temperatura, ou seja, a mesma energia cinética média entre suas partículas constituintes.

As unidades de medida de calor são:

• Joule (J) ⇒ é a unidade de medida utilizada pelo Sistema Internacional (SI). Um joule (1 J) é o trabalho realizado por uma força de um Newton (1 N), que, ao ser aplicada a um corpo, o deslocará por uma distância de um metro na direção de aplicação da força.

1 kJ = 1 000 J

• Caloria (cal) ⇒ uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar de 1 ºC a temperatura
de 1 g de água de 14,5 ºC para 15,5 ºC.

1 kcal = 1 000 cal.

Fatores de conversão:
1 J = 0,239 cal
1 cal = 4,184 J

Observe que há equivalência entre energia e trabalho na definição de joule, porque, apesar de não ser definida, a energia pode ser conceituada como a capacidade de realizar trabalho.

Entalpia (H)

Como a maioria das reações químicas ocorre em sistemas abertos em contato com a atmosfera, e admitindo-se que a pressão atmosférica se mantém constante no local onde se realiza a reação, o calor trocado entre o sistema e a vizinhança é denominado entalpia.

Entalpia ⇒ Calor à pressão constante

A entalpia de um sistema corresponde à energia cinética de suas moléculas e à energia potencial dos elétrons e dos núcleos dos átomos formadores das moléculas. Após uma ransformação, a entalpia do sistema é alterada.

A entalpia é uma função de estado, pois é uma grandeza que não depende dos estados intermediários pelos quais passa a reação, mas sim de seus estados inicial e final.

Definiremos variação de entalpia (ΔH) como:

ΔH = Hfinal – Hinicial

Em uma reação, o estado final corresponde aos produtos, enquanto o estado inicial corresponde aos reagentes.

inicial ⇒ final
reagentes ⇒ produtos

Assim:

ΔH = Hprodutos – Hreagentes


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Substâncias simples e substâncias compostas

Comparando a constituição atômica das substâncias químicas, observa-se que as substâncias simples são constituídas por átomos de apenas um elemento químico, como o gás oxigênio (O2). As substâncias simples não podem ser decompostas em outras substâncias.

Já as substâncias que de decompõem em duas ou mais substâncias diferentes quando recebem energia são chamadas de substâncias compostas ou simplesmente compostos. Quando a energia fornecida para a decomposição é a térmica (aquecimento), a decomposição pode também ser chamada de pirólise. Quando a energia é fornecida na forma de uma corrente elétrica, a decomposição é denominada eletrólise. Quando a energia é fornecida na forma de luz, a decomposição é chamada de fotólise.

Ademais, as substâncias compostas são formadas por átomos de dois ou mais elementos químicos, como o Cloreto de Sódio (NaCl). 




Substâncias e misturas


Os materiais podem ser formados por uma única substância ou por uma mistura de substâncias. Considera-se substância química, ou simplesmente substância, todo material que apresenta um conjunto de propriedades bem definido e constante e tem composição fixa, independentemente da origem ou forma de obtenção. Assim, a água destilada (uma substância química) produzida no Brasil tem as mesmas propriedades e características de uma água destilada proveniente da Alemanha.


As misturas são formadas por mais de uma substância e suas propriedades variam de acordo com a proporção de seus componentes. A salmoura, formada por água e sais dissolvidos, e o ar atmosférico, constituído por diferentes gases, são exemplos de misturas.



Curva de aquecimento de misturas e substâncias

Como as substâncias apresentam um conjunto de propriedades definidas e constantes, as temperaturas de fusão e de ebulição não variam durante as mudanças de estado. Observe:



Nas misturas, no entanto, as temperaturas de fusão e de ebulição não são fixas, isto é, as mudanças de estado ocorrem em uma faixa de temperatura.

Há algumas misturas, no entanto, que se comportam como substâncias puras durante a ebulição, ou seja, apresentam a temperatura de ebulição constante durante a mudança de estado. Essas misturas são chamadas de azeotrópicas.

As misturas azeotrópicas também precisam ter proporções bem definidas. Um exemplo é o álcool a 96%, ou seja, com 96% de etanol e 4% de água. O ponto de ebulição dessa mistura é exatamente 78,1ºC.

Há também misturas que se comportam como substâncias puras durante a fusão, isto é, apresentam temperatura de fusão constante durante a mudança de estado. Essas misturas são chamadas de eutéticas.

Classificação de substâncias

As substâncias que são decompostas em duas ou mais substâncias por meio do fornecimento de energia térmica (pirólise), elétrica (eletrólise) ou luminosa (fotólise) são denominadas substâncias compostas. A água é um exemplo de substância composta, pois a sua eletrólise produz os gases oxigênio e hidrogênio.


As substâncias que não podem ser decompostas em outras pelo fornecimento de energia são chamadas de substâncias simples. Os gases oxigênio e hidrogênio são exemplos de substâncias simples.


Classificação de misturas

As misturas podem ser classificadas como homogêneas – quando apresentam uma única fase – ou heterogêneas – quando possuem duas ou mais fases. Lembre-se de que fase é uma porção do sistema que possui as mesmas características em qualquer ponto e, portanto, apresenta aspecto uniforme mesmo quando analisado por meio de microscópio comum.

 





quinta-feira, 1 de abril de 2021

Distribuição eletrônica em camadas ou níveis de energia

Segundo Bohr, a eletrosfera atômica seria constituída por sete camadas eletrônicas: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 (ou K, L, M, N, O, P e Q), sendo a camada 1 a mais próxima do núcleo.



 Para realizar a distribuição eletrônica – forma como os elétrons estão distribuídos ao redor do núcleo (camadas ou níveis de energia) –, alguns critérios devem ser seguidos:

·         Cada camada eletrônica comporta um número máximo de elétrons, como é possível observar na tabela abaixo

Camada eletrônica

K

L

M

N

O

P

Q

Número máximo de elétrons

 

2

 

8

 

18

 

32

 

32

 

18

 

8

          Deve-se conhecer o número de elétrons da espécie química (átomo ou íon). No caso de átomos, a quantidade de elétrons é igual ao número atômico. Já para os íons, a quantidade de elétrons corresponde à diferença entre o número atômico e a carga elétrica do íon.

·         As camadas mais próximas ao núcleo (níveis de menor energia) são as primeiras a ser ocupadas.

·         A última camada eletrônica de um átomo ou íon comporta, no máximo, oito elétrons. Portanto, se a última camada contiver entre 9 e 18 elétrons, devem-se deixar 8 elétrons nessa camada e passar os demais para a próxima camada. Caso a última camada possua entre 19 e 32 elétrons, devem-se deixar 18 elétrons nessa camada e passar o restante para a próxima camada

Modelos Atômicos

 

As primeiras concepções de que a matéria era constituída por partículas surgiram na Grécia por volta do século IV a.C., com os filósofos Leucipo e Demócrito. Para eles, os átomos de cada elemento se diferenciavam quanto à forma, ao tamanho e ao movimento.


Figura 1 - Leucipo e Demócrito

Modelo atômico de Dalton

O primeiro modelo atômico foi proposto entre 1803 e 1808 por John Dalton (1766-1844).


Figura 2 - John Dalton

Tal modelo tinha como base experimentos envolvendo gases e pode ser resumido da seguinte maneira:

·         a matéria é formada por partículas esféricas, maciças, indivisíveis e indestrutíveis denominadas átomos;


Figura - 3 -Representação atômica segundo Dalton

·         existe um tipo de átomo para cada elemento;

·         átomos de um mesmo elemento são iguais entre si, enquanto átomos de elementos distintos diferem quanto à massa;

·         em uma reação química não há variação no número nem no tipo de átomos, mas apenas um rearranjo entre eles.

Modelo atômico de Thomson

Com a descoberta do elétron, partícula de carga elétrica negativa, Joseph J. Thomson (1856-1940) propôs um modelo atômico que concebia o átomo como uma esfera maciça de carga elétrica positiva que continha elétrons dispersos nela. Esse modelo ficou conhecido como “pudim de passas”.


Figura 4- Joseph J. Thomsom

No modelo de Thomson, a carga elétrica negativa dos elétrons em um átomo é igual à carga elétrica positiva da esfera. Assim, quando um átomo perde ou ganha elétrons, ele deixa de ser neutro e passa a ser chamado de íon. Íons de carga elétrica positiva são denominados cátions e os negativos, ânions.

 


Figure 5 - Representação do Modelo de Thomson

Considerando o que sabemos agora sobre a verdadeira estrutura dos átomos, este modelo pode parecer um pouco exagerado. Felizmente, os cientistas continuaram a investigar a estrutura do átomo, inclusive testando a validade do modelo do pudim de passas de Thomson.

Modelo atômico de Rutherford

Com a descoberta do próton, partícula de carga elétrica positiva, Ernest Rutherford (1871-1937) e seus colaboradores começaram a estudar a disposição dessas partículas (prótons e elétrons) dentro do átomo.


Figura 6 - Ernerst Rutherford

Para isso, eles bombardearam, em uma fina folha de ouro, partículas alfa que possuíam carga elétrica positiva. As partículas alfa eram detectadas em um anteparo fosforescente.

 


Figura 7 -Experimento da folha de ouro de Rutherford

Rutherford e colaboradores observaram que 99% das partículas alfa atravessavam a folha sem sofrer qualquer desvio. O restante das partículas sofria grandes desvios, e uma a cada 10 mil colidia com a lâmina e voltava.

Com isso, concluíram que a maior parte das partículas não desviava em virtude da existência de grandes espaços vazios dentro do átomo. Para eles, o átomo seria constituído por duas regiões:

·         núcleo, maciço e composto de cargas positivas (prótons), localizado na parte central do átomo;

·         eletrosfera, composta de elétrons que se movimentam ao redor do núcleo.

Rutherford sugeriu a existência de uma partícula neutra com massa muito próxima à do próton, sem, contudo, conseguir provar sua existência.

 

Modelo atômico de Rutherford-Bohr

O modelo de Rutherford não era capaz de explicar como os elétrons podiam se movimentar sem que perdessem energia e colidissem com o núcleo.

Para resolver o problema, Niels Bohr (1885 - 1962) supôs que os elétrons ocupam determinados níveis de energia, ou camadas eletrônicas, e que, nesses níveis, apresentam energia constante.

Quanto mais próximo do núcleo, menor a energia da camada eletrônica. Para o elétron passar de uma camada para outra, ele absorve ou libera uma quantidade de energia. Essa energia corresponde exatamente à diferença de energia entre dois níveis.

Quando os elétrons absorvem energia, eles saem do seu nível de energia mais baixo, o estado fundamental, passando para um nível de maior energia, ficando eletronicamente excitados.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Soluções

Soluções são as misturas homogêneas resultantes da união de duas ou mais substâncias diferentes. 

São formadas pela associação de pelo menos um material capaz de ser dissolvido por outro. Esse material dissolvido é denominado soluto, e o que dissolve é denominado solvente.

Quanto ao estado físico do solvente, as soluções podem ser classificadas em:

  • Sólidas: soluções em que o solvente está no estado sólido. Exemplo: ouro 18 quilates;

  • Líquidas: soluções em que o solvente está no estado líquido. Exemplo: refrigerantes;

  • Gasosas: soluções em que o solvente está no estado gasoso. Exemplo: ar atmosférico.

Quanto à natureza do soluto dissolvido podem ser classificadas em:

  • Iônica: é a solução que apresenta um soluto de natureza iônica, ou seja, é capaz de sofrer o fenômeno da dissociação ou ionização. Exemplo: cloreto de sódio;

  • Molecular: é a solução que apresenta um soluto de natureza molecular, ou seja, não é capaz de sofrer o fenômeno da dissociação ou ionização. Exemplo: glicose.