quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Teoria de Arrhenius

Apresentada em 1887 pelo químico sueco Svante Arrhenius, como parte de sua teoria da dissociação eletrolítica.

Segundo essa teoria, ácido é toda substância que em água produz íons H+ e base é aquela que produz OH–. A neutralização seria a reação entre essas duas espécies iônicas, produzindo água:

H+(aq) + OH–(aq) = H2O(l) 

Esta teoria foi muito importante, pois além de dar conta de um grande número de fenômenos já conhecidos, provocou o desenvolvimento de várias linhas de pesquisa, inclusive contribuindo para estabelecer as bases científicas da química analítica. Alguns exemplos:
  • aplicação da lei de ação das massas a equilíbrios iônicos e a obtenção da lei de diluição de Ostwald (Ostwald, 1887);
  • a equação de Nernst, que relaciona a força eletromotriz das pilhas com a concentração dos íons (Nernst, 1888-1889); 
  • o efeito tampão (Fernbach, 1900);
  • o primeiro estudo quantitativo de um indicador (Friedenthal, 1904); 
  • o conceito de pH (Sørensen, 1909) etc.
Apesar de todos esses avanços, desde o início a teoria mostrou-se restrita à água, sendo que em alguns casos foi possível estendê-la a outros solventes, e em sistemas sólidos não havia possibilidade de aplicá-la.


As críticas de Werner

No período de 1895 a 1911, Alfred Werner, o fundador da química de coordenação, teceu uma série de críticas às teorias ácido-base (Arrhenius e as teorias do século XIX ainda em uso), chamando a atenção para a semelhança funcional da neutralização com outras reações:

BF3 + KF = KBF4 
PtCl4 + 2KCl = K2PtCl6 
CO2 + Na2O = Na2CO3 

Werner reinterpretou o processo de neutralização não como uma simples reação de adição, mas como uma reação de transferência, levando à formação de espécies coordenadas, de modo que as reações acima poderiam ser equacionadas como:

BF3 + KF = K+ + [BF4]–
PtCl4 + 2KCl = 2K+ + [PtCl6]2– 
CO2 + Na2O = 2Na+ + [CO3]2– 

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