Apresentada em 1887 pelo químico sueco Svante Arrhenius, como parte de sua teoria da dissociação eletrolítica.
Segundo essa teoria, ácido é toda substância que em água produz íons H+ e base é aquela que produz OH–. A neutralização seria a reação entre essas duas espécies iônicas, produzindo água:
H+(aq) + OH–(aq) = H2O(l)
Esta teoria foi muito importante, pois além de dar conta de um grande número de fenômenos já conhecidos, provocou o desenvolvimento de várias linhas de pesquisa, inclusive contribuindo para estabelecer as bases científicas da química analítica. Alguns exemplos:
- aplicação da lei de ação das massas a equilíbrios iônicos e a obtenção da lei de diluição de Ostwald (Ostwald, 1887);
- a equação de Nernst, que relaciona a força eletromotriz das pilhas com a concentração dos íons (Nernst, 1888-1889);
- o efeito tampão (Fernbach, 1900);
- o primeiro estudo quantitativo de um indicador (Friedenthal, 1904);
- o conceito de pH (Sørensen, 1909) etc.
As críticas de Werner
No período de 1895 a 1911, Alfred Werner, o fundador da química de coordenação, teceu uma série de críticas às teorias ácido-base (Arrhenius e as teorias do século XIX ainda em uso), chamando a atenção para a semelhança funcional da neutralização com outras reações:
BF3 + KF = KBF4
PtCl4 + 2KCl = K2PtCl6
CO2 + Na2O = Na2CO3
Werner reinterpretou o processo de neutralização não como uma simples reação de adição, mas como uma reação de transferência, levando à formação de espécies coordenadas, de modo que as reações acima poderiam ser equacionadas como:
BF3 + KF = K+ + [BF4]–
PtCl4 + 2KCl = 2K+ + [PtCl6]2–
CO2 + Na2O = 2Na+ + [CO3]2–
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